sexta-feira, 19 de junho de 2020

Projeto Diário da Quarentena



Para conhecer nossa proposta, clique no link:
https://drive.google.com/file/d/1Y3NZBbTaI1L1RqU1FBGqv2T5YTxUp3aL/view?usp=sharing

Sexta-feira, 19 de junho de 2020.



Como leciono o dia todo, muitas vezes fico um pouco por fora do que está acontecendo no mundo. Tinha ouvido falar sim do coronavírus, mas achava que era só do outro lado do mundo e que não passava de uma "gripezinha". Lembro-me de que já passamos por isso em 2009 com a H1N1 e que as aulas foram suspensas só por uns quinze dias.

Nunca vou me esquecer do susto que levei no dia 13 de março. Cheguei em casa já à noitinha e recebi mensagem de uma amiga que era pra ligar a TV pra ouvir o pronunciamento do governador: as aulas seriam suspensas. Foi aí então que parei para ouvir os noticiários. Duzentas pessoas estavam morrendo na Itália por dia! As pessoas estavam trancadas dentro de suas casas, sem poder sair. 

Na próxima segunda, nas escolas em que trabalho, tudo já começou a ficar diferente. Seria uma semana de suspensão gradual das aulas para que as famílias pudessem se organizar. Foi orientado que de forma nenhuma as crianças fossem deixadas com os avós, já que a taxa de óbito entre os idosos que se contaminam pelo COVID-19 é muito alta. 

Como trabalho com os adolescentes que já podem ficar em casa sozinhos, eles não foram mais à escola. Fiquei muito chateada, pois nem pude me despedir deles na última aula presencial que tivemos.

Trabalhei ainda, indo às minhas escolas, até na sexta-feira, dia 20 de março, depois entramos em isolamento social e assim estamos até hoje, três meses depois. 

Nunca poderia imaginar que tudo isso duraria tanto tempo. E tivemos que nos adaptar a um mundo novo...

Hoje estou trabalhando. Minhas aulas estão acontecendo de forma remota: uso aplicativos de videoconferência, as redes sociais e um aplicativo novo que a Secretaria da Educação criou às pressas. Tive que aprender a gravar videoaulas! (Odiei no começo, mas agora já virou rotina). 

Confesso que aprendi muitas coisas ligadas à tecnologia que, com certeza, quero continuar utilizando quando tudo voltar ao normal. Todavia, nada substitui a presença humana! Sinto falta até da bagunça dos meus alunos, das suas risadas, do olhar de cada um que consegue transmitir exatamente o que está sentindo: se está curtindo a aula ou achando tudo um saco! Sinto falta até que andar pelos corredores com cuidado para não ser atropelada por eles. 

Tenho fé que tudo isso vai passar e que no futuro possamos nos lembrar de tudo isso, dando mais valor às coisinhas do dia-a-dia como um simples e gostoso abraço.


Prof.ª Suely Cristina